O prédio do Comitê de Desenvolvimento do Dunas é sede para o conhecimento cinematográfico. Mais de 30 alunos, de diferentes escolas do município, participam do DunasCine. O trabalho, programado inicialmente para durar três meses, tem como objetivo desenvolver com esses estudantes a criação de um documentário. Cada integrante terá papel importante em todas as fases da produção, do roteiro à gravação das imagens, até a edição.

A oficina é financiada pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e tem como ministrante e idealizador o acadêmico do curso de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que trabalha com edição de vídeo, Felipi Pimentel, 26, com parceria da ONG Amiz.

A intenção do projeto, segundo Felipi, é descentralizar a cultura e o aprendizado, levando o Cinema também à periferia. Foi pensando nisso que o Dunas foi escolhido como sede. Sentimento compartilhado pela estudante do Ginásio do Areal, moradora do Dunas, Laura Costa, 15. De acordo com a jovem, além da falta de estrutura, o bairro é carente de iniciativas, o que poderia ser causado pelo sentimento de insegurança. O medo está tão presente na rotina desses jovens que João Lucas Santos, 15, da escola Edgar Soares, e Cariz Helena Sanches, 15, aluna do Ginásio do Areal, querem desconstruir essa impressão. Ambos concordam que nem tudo é ruim e que é importante mostrar o lado bom da localidade.

A maioria dos alunos mostrou-se interessada pelos equipamentos. Até mesmo quem nunca teve a oportunidade de ir ao cinema sentiu-se motivado em produzir algo para as telas. É o caso Julia Vasques, 13, estudante da escola Almirante José Saldanha da Gama.

Como funciona
- Os 30 alunos primeiros foram escolhidos conforme ficha de inscrição em três escolas.
- Entretanto, aos poucos a oficina começou a ser visitada por estudantes de outras entidades.
- Na tarde desta segunda-feira (24) havia participantes de seis instituições diferentes. As reuniões começaram há três semanas e são realizadas todas as segundas-feiras.
- Nos primeiros dias os estudantes tiveram contato com documentários e participaram de oficina de fotografia, aprendendo a mexer nos equipamentos.
- Na aula desta segunda os jovens aprenderam sobre as fases da criação, já pensando na divisão das equipes e na escolha de um tema para o documentário.
- Entre as temáticas levantadas, destacaram-se violência, lixo, uso de drogas e o estudo sobre o rap.
- De acordo com o Felipi, possivelmente o projeto seja estendido para 2017, não acelerando o processo de aprendizado.
- Quando o documentário estiver finalizado ele será reproduzido nas escolas.
- Para realizar as atividades o ministrante recebe apoio da acadêmica do curso de Jornalismo da UFPel, Maiara Marinho, e dos professores da UFPel Josias Pereira e Kelli Valerão.

Escolas participantes
Jornalista Deogar Soares
Ginásio Estadual Areal
Almirante José Saldanha da Gama
Afonso Vizeu
Núcleo Habitacional Dunas
Alguns jovens integrantes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Areal